CAPTORES PODAIS E ALTERAÇÕES POSTURAIS

É um sistema automático que trabalha para manter o corpo em pé com uma oscilação em relação ao ambiente externo.

Para mantermos o equilíbrio é importante que esse sistema seja estimulado por entradas sensoriais que recolhem informações tanto do mundo externo quanto do nosso próprio corpo, assim teremos a integração da saída do sistema postural e consequentemente uma boa estabilização postural com um mínimo gasto energético.
Os pés são a interface entre o corpo e o solo, através desse captor percebemos e interagimos com o nosso ambiente.

Para ficar em pé, em uma posição tranquila, necessitamos de uma base sensorial podal na estrutura do pé que nos permita um bom controle e uma boa estabilização postural, pois os pés são considerados o input primário do sistema tônico postural, informando sobre a posição do corpo no solo. O captor podal é a estrutura mais importante quando estamos em pé ou em movimento, por isso a modificação dessa entrada podal pode modificar toda a postura do indivíduo.
Para modificar a entrada podal, as informações percebidas pelos sensores dos pés são recebidas por eles:

• Exteroceptivos: São sensores que captam informações do meio externo que geram informações do corpo localizados na planta dos pés e respondem às variações de pressão;
• Proprioceptivos: São sensores que informam e captam informações sobre uma parte do nosso corpo em relação as outras, permitindo saber a posição e os movimentos articulares, bem como a tensão muscular.

Ambos receptores transmitem informações para o tronco cerebral, cerebelo e cérebro através da medula espinhal. Em resposta a informação sensorial, as reações posturais são recebidas através dos músculos plantares, que aumentam a sua atividade conforme a necessidade de ativação, assim o feedback ocorrerá no nível cutâneo através dos mecanorreceptores musculares através dos proprioceptores.

As aferências e eferências musculares do pé tem comunicação direta com o sistema nervoso central e contribuem para a postura ortostática. Esses dois tipos de informações sensorais e motoras são asseguradas pelo nervo tibial.

As disfunções podais podem ser classificadas em biomecânicas e sensoriais.

– Disfunção podal biomecânica são alterações significativas dos arcos dos pés onde poderemos ter disfunções nos pés planos ou cavos que acabam gerando torções pélvicas, excessos de valgo ou varo de retropé promovendo aumento de rotações, sejam internas ou externas desencadeando alterações posturais ascendentes aos pés.

– Disfunção podal sensorial é provocada por alterações no sistema sensorial/sensitivo do nervo tibial, podendo descompensar algum arco dos pés e posteriormente o conjunto postural, provocando aumento da instabilidade.

Essas disfunções podais podem ser causas primárias de alterações posturais, ou serem secundárias de uma desregulação dos sensores superiores, que em razão disso os pés se adaptam e se fixam nessas informações errôneas plantares. Exemplo disso, é um indivíduo que acaba gerando um estímulo maior no plano anterior é projetado para frente (por questões profissionais) modificando toda a informação de pressão plantar, e possivelmente uma inadequação ao estímulo provocado diariamente alterando seu sistema tônico postural provocando sintomatologia.

Os sintomas de origem podal provocam alterações nos seus captores, assim como as informações recebidas pelo sistema nervoso se modificam, e nesta nova adaptação, pode haver uma desregulação provocando desde dores nos pés (fasceíte plantar) bem como na coluna (lombalgia) ou sintomas neurovasculares (pernas cansadas/enxaqueca).

O diagnóstico para o tratamento com palmilhas deve ser realizado através de uma avaliação clínico postural, testes posuturais e na platraforma de baropodometria para identificar a necessidade de quais peças podais iremos colocar na identificação dos parâmetros alterados que precisamos ajustar a fim de regular o sistema postural através dos pés.