A Cicatriz é apenas o resultado final de um processo de reparo, processo esse que ocorre toda vez que nosso corpo for exposto a um trauma, como acontece nas cirurgias.
A lesão causada pelo corte cirúrgico desencadeia um processo de reparo inerente ao nosso organismo, e envolve diversos tecidos: pele, fáscia, por vezes músculos, nervos periféricos…
O processo de reparo vai gerar o que chamamos de tecido cicatricial, este tecido nunca mais será igual ao que era antes do processo, daí a importância de trabalharmos na recuperação deste. Além da cicatriz em si, os tecidos adjacentes podem sofrer com fibroses e aderências, todas essas situações podem gerar diminuição de mobilidade desses tecidos, isso pode levar a diferenças na sensibilidade da região, dor, inibições musculares, diminuição de mobilidade articular e posturas de proteção.
Hoje o Brasil é o líder mundial em realização de cirurgias plásticas, muitas destas envolvem a região abdominal. Na região abdominal temos o que chamamos de CORE, o centro do nosso corpo, composto por músculos que estabilizam essa região. E que está intimamente ligado aos processos de dor lombar.
Pelo menos 80% dos brasileiros irão sentir dor lombar em algum momento da vida. Agora, vamos imaginar que, após realizar uma cirurgia (usamos o exemplo das plásticas, mas podemos pensar em cirurgias de cesárea ou ainda apendicectomia que também envolvem a região abdominal) você apresentou aderências, pouca mobilidade dos tecidos, lesão nos nervos da região e entrou em um processo de dor lombar, isto tudo porque a região de CORE foi afetada pela lesão cirúrgica e precisamos reabilitar a mobilidades de todos os tecidos envolvidos, assim como reprogramar a ação muscular dessa região.
Pensamos no abdômen e na dor lombar, mas esse exemplo pode ser estendido para qualquer região do corpo que tenha uma cicatriz.
