Acometendo crianças no mundo todo, casos de pé plano infantil podem ser uma condição de cerca de 10% a 20% das crianças, cuja curvatura plantar não irá se formar da maneira que é esperada com uma queda do arco longitudinal/medial (figura 1) e valgismo de retropé (figura 2), que se dá quando o pé cai para dentro, ou seja tem um desabamento podendo trazer alguns problemas a longo prazo.
O desenvolvimento do arco plantar dos pés ocorre rapidamente durante o crescimento da criança entre os 2 até os 7 anos de idade, em sua grande maioria, havendo uma queda após esta fase, com uma possibilidade de desenvolvimento deste arco plantar até os 10 anos de idade.
Chamamos atenção pois geralmente não é tão observado pelos pais, gerando dúvidas que muitas vezes não compreendem bem, quando por volta dos 10 anos o arco plantar da criança deveria estar completamente formado com desenvolvimento típico, e ao ser detectado adequadamente existem tratamentos que ajudam a direcionar a melhor forma para o quadro.
Que sintomas tenho com pé plano?
Dentro desta patologia existem vários tipos, mas habitualmente se vai associando a uma disfunção do músculo tibial posterior, pois ele faz com que o arco interno descenda e o pé aplane. Porém, existem outros sintomas que podem estar indicando que o pé está sofrendo essa afecção, como dor nos músculos da região interna da perna e dor nos costas quando o pé afunda.
Os sintomas mais habituais são:
- Sobrecargas musculares
- Fascite plantar
- Tendinopatia do tibial posterior e tendão de aquiles
- Síndrome patelofemoral
- Dor no quadril ou lombar
- Cansaço em excesso
- Tropeça e tem dificuldade para caminhar
Diagnóstico e tratamento dos pés planos:
Apesar de ter casos sintomáticos, não responsivos, ainda que possam ser tratados cirurgicamente, a abordagem mais comum para o tratamento dessa condição é realizada de maneira conservadora ou simplesmente através do acompanhamento e observação da evolução, sendo muito importante realizar um bom diagnóstico, com a realização de uma boa avaliação com um especialista a fim de fundamentar o caso com testes adequados.
O tratamento consiste em exercícios de fortalecimento, alongamentos e confecção de palmilhas personalizadas que minimizará as consequencias a longo prazo tendo em vista a possibilidade de acontecer alterações posturais e biomecânicas, sendo um coadjuvante no controle do quadro álgico de um pé plano visando dar um suporte e trazer mais conforto.
Em resumo, o pé plano é uma condição que requer um olhar sobre uma região muitas vezes negligenciada, mas se há sintomas a percepção é de que a disfunção seja no local da dor podendo ter uma outra interpretação quando se observa como a criança caminha, corre e apresenta desgastes precoces dos calçados para definir qual o melhor tratamento, sendo o conservador ainda o mais eficaz na maioria dos casos.
