Hálux Valgo: O Que É, Causas, Sintomas e Tratamento

Lucas Carrão Bertoldo

O hálux valgo, popularmente conhecido como joanete, é uma deformidade óssea que afeta a articulação na base do dedão do pé (primeiro metatarso). Essa condição faz com que o dedão se desvie em direção aos outros dedos, criando uma saliência óssea visível na área de fora do dedo. Além do impacto estético, o hálux valgo pode causar dor e dificuldade para caminhar.

Causas

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento do hálux valgo, incluindo:

  • Fatores genéticos: A hereditariedade desempenha um papel importante. Pessoas com histórico familiar têm maior predisposição.
  • Uso de calçados inadequados: Sapatos apertados, de bico fino ou salto alto podem forçar a articulação, favorecendo a deformidade.
  • Doenças reumatológicas: Condições como artrite reumatoide afetam as articulações e podem levar ao hálux valgo.
  • Alterações biomecânicas: Pés planos, pronação excessiva ou fraqueza muscular podem contribuir.

Sintomas

Os principais sintomas do hálux valgo incluem:

  • Dor na base do dedão, especialmente ao caminhar ou usar certos calçados
  • Vermelhidão e inchaço na articulação afetada
  • Rigidez ou limitação de movimento no dedão
  • Calosidades ou bolhas causadas pelo atrito com o calçado
  • Dificuldade para encontrar calçados confortáveis

Prevenção

  • Embora nem sempre seja possível prevenir o hálux valgo, algumas medidas podem reduzir o risco
  • Usar calçados confortáveis, que respeitem a anatomia dos pés
  • Evitar o uso prolongado de salto alto
  • Manter um peso saudável
  • Tratar precocemente alterações biomecânicas nos pés

Diagnóstico

O diagnóstico do hálux valgo é clínico, baseado na observação da deformidade e no relato de sintomas. Em muitos casos, o médico solicita radiografias dos pés, que ajudam a avaliar o grau da deformidade e planejar o tratamento mais adequado. Acima de 15° graus já é considerado hálux valgo. Normal de 0-8°, leve de 9-12°, moderado de 13-15° e acentuado acima de 16°.




Tratamentos

O tratamento pode ser conservador com fisioterapia, uso de palmilhas ou cirúrgico, dependendo da gravidade do caso.

Tratamento Conservador com uso de Palmilhas é indicado para casos leves a moderados, ou quando o paciente não deseja cirurgia. 

Introdução de caso clínico:

Paciente sexo feminino, 59 anos, com diagnóstico de artrite reumatóide e hálux valgo bilateral, vem sofrendo com dor (grau 6) e 15° no hálux considerado moderado, há mais de um ano, com piora nos últimos meses. Procurou a clinica para tratar uma dor lombar, mas foi avaliado a necessidade de fazer uma avalição para confecção de palmilhas para corrigir e controle da dor.

Método e resultados:

Paciente fez avaliação clinico postural, biomecânica e na plataforma de baropodometria no dia 17 de março para fazer uso de palmilha em um calçado de uso habitual seguindo sua rotina de atividade diárias para facilitar o uso todos os dias proporcionando um tratamento conservador mais regular e eficaz. Foram utilizadas 3 peças podais, uma no arco transverso para melhora significativa no alinhamento do hálux com a elevação do primeiro raio do pé, outra para suporte do arco longitudinal e uma para correção de calcâneo valgo. As palmilhas ortopédicas atuam na uniformização do centro gravitacional do corpo e corrigem o balanceamento do pé na forma estática e dinâmica. Como as alterções causadas pelo hálux valgo são influenciadas pelo desequilibrio dos pés a palmilha pode ser considerada uma forma de tratamento conservador. Na sua primeira revisão dia 5 de maio após uso por 45 dias, paciente relata estar sem dor no hálux bilateral, principalmente no direito com diminuição da calosidade onde apontava maior descarga de peso no exame de baropodometria computadorizada.



Conclusão

Com tratamento adequado, a maioria dos pacientes experimenta melhora significativa dos sintomas, a palmilha como principal função previne a instalação do hálux valgo, visa corrigir e/ou melhorar a deformidade. Sendo assim, um dos pontos positivos da palmilha biomecânica é a confecção personalizada a partir das próprias características do indivíduo e do calçado de uso habitual, tendo os componentes osteoarticulares melhor adaptados na função biomecânica do pé e consequentemente do hálux onde a usabilidade não depende unicamente do usuário mas das características do produto portanto, dependem da interação entre o produto e o paciente. Houve uma boa evolução na redução do desalinhamento do hálux mesmo em um curto período de utilização da palmilha biomecânica, porém evidenciamos a necessidade de uso até o periodo final de 1 ano ao menos.

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