A fratura de tornozelo, comum em esportistas e pessoas fisicamente ativas, pode exigir uma cirurgia chamada osteossíntese quando os ossos não se alinham corretamente. Este procedimento usa placas, parafusos ou hastes para estabilizar os ossos e permitir a cicatrização adequada. A fisioterapia desempenha um papel crucial no processo de recuperação, ajudando a restaurar a função do tornozelo.
O que é a Osteossíntese de Tornozelo?
A osteossíntese envolve a fixação interna dos ossos do tornozelo fraturados, visando permitir uma cura estável e evitar deformidades. Este procedimento é essencial em fraturas complexas, muitas vezes causadas por traumas ou lesões esportivas. O tratamento pós-operatório inclui uma fase de imobilização seguida pela reabilitação fisioterapêutica, crucial para o retorno às atividades normais.
Fases de Cicatrização
- Fase Inflamatória (0-2 semanas): Foco na redução da dor e inchaço com repouso.
- Fase de Reparação (2-8 semanas): O corpo começa a formar um calo ósseo inicial. Fisioterapia com movimentos leves para ajudar a evitar rigidez e fraqueza.
- Fase de Remodelação (8 semanas em diante): O osso se fortalece e a reabilitação intensifica o fortalecimento e equilíbrio, essenciais para o retorno seguro às atividades.
Primeiros Cuidados Pós-Cirurgia
No pós-operatório, o foco é o controle da dor e do inchaço, sendo comum o uso de analgésicos e elevação do membro. A fisioterapia começa cedo, com mobilização, uso de laserterapia, eletroterapia e drenagem linfática para evitar a rigidez articular. Nessa fase, exercícios leves de amplitude de movimento podem ser introduzidos de forma controlada, para proteger a fixação óssea.
O Papel da Fisioterapia
A fisioterapia é indispensável na recuperação da função do tornozelo. Os fisioterapeutas elaboram um plano de exercícios que evolui conforme a cicatrização, focando no fortalecimento muscular, recuperação da amplitude de movimento e reeducação da marcha. Estudos mostram que a mobilização precoce com fisioterapia pode reduzir complicações e acelerar a volta às atividades normais.
- Alívio da Dor: Técnicas de eletroterapia e mobilizações reduzem dor sem uso excessivo de analgésicos.
- Retorno à Independência: Exercícios de fortalecimento e reeducação da marcha aceleram o retorno às atividades diárias.
Movimentos e Cuidados Especiais
Durante a reabilitação, o paciente deve evitar sobrecarga no tornozelo até que a cicatrização esteja consolidada. A fisioterapia vai incluir exercícios de equilíbrio e propriocepção, essenciais para prevenir novas lesões. Movimentos bruscos ou de torção devem ser evitados nas fases iniciais.
Conclusão
A osteossíntese de tornozelo, aliada à fisioterapia, oferece uma recuperação eficaz, permitindo que o paciente retorne com segurança às suas atividades diárias ou esportivas. Seguir um plano de reabilitação adequado, com a orientação de um fisioterapeuta especializado, é fundamental para evitar complicações e garantir uma recuperação funcional completa.
Referências
– Dehgan, N. et al. (2016). “Early Weightbearing and Range of Motion vs. Non-Weightbearing after Ankle Fractures.” *Journal of Orthopaedic Trauma*.
– Keene, D. et al. (2014). “Early Ankle Movement vs Immobilization: A Meta-Analysis.” *J Orthop Sports Phys Ther*.
– Schubert, J. et al. (2020). “Effect on Health Status with Weightbearing after ORIF of Ankle Fractures.” *Foot Ankle Int*.