Fisioterapeuta do Caso: Rafael Camargo

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 57 anos, médica nefrologista, buscou atendimento após o 35º dia pós cirurgia do hálux valgo (mais conhecido como joanete). O médico realizou uma osteotomia no hálux onde é feito um seccionamento do osso a fim de corrigir uma deformidade articular vinda de uma anomalia adquirida, congênita ou para má consolidação de fratura. Além disso, ele precisou corrigir o 2º, 3º e 4º metatarsos que estavam subluxados pela excessiva inclinação do hálux que acarretou na deformidade e deslocamento dos dedos vizinhos (aproveito para salientar que a cirurgia foi um sucesso e muito bem executada). A paciente chegou caminhando com sandália de Baruk e com dor na região anterior do pé e muita dificuldade para movimentar os dedos, com uma presença de cicatriz trófica e edema sobre a região acometida. Com toda essa alteração no pé, consequentemente a alteração da marcha e a diminuição da descarga de peso fizeram com que toda a musculatura do membro inferior fosse acometida, levando a uma atrofia bem grande de panturrilha e quadríceps. 

Tratamento

Inicialmente buscamos diminuir o edema e iniciar o tratamento passivo de mobilização dos dedos para retornar o controle e a sensibilidade sobre a parte anterior do pé que ficou prejudicada após a cirurgia. Tratamos com muita terapia manual cada articulação dos dedos com movimentos leves de flexão e extensão até o limite que a sensibilidade permitia. Usamos microcorrente, laser e drenagem para diminuir o edema articular permanente e melhorar a cicatrização. Muita orientação para realizar a domicílio o cuidado sobre o pé, mantendo o pé elevado e comprimido com gelo durante 20 minutos, no mínimo 4x no dia.

Após a primeira semana o inchaço começou a diminuir e o movimento dos dedos começou a voltar ao normal. Começamos um trabalho de fortalecimento do foot core “musculatura intrínseca do pé” e na panturrilha e quadríceps com eletroestimulação, a fim de recrutar mais fibras musculares para ativação dos músculos alvo. 

Na segunda semana a paciente percebeu a melhora na capacidade contrátil dos músculos, a mobilização normal dos dedos e uma considerável redução na dor local. Retornou ao médico cirurgião que se espantou com a evolução tão grande em um curto período após a última consulta. A partir disso, progredimos para o treino de descarga de peso e marcha sem a sandália para que a paciente fosse ganhando confiança para deambular em casa.

Entrando na terceira semana a paciente retornou ao trabalho gradativamente, revezando o uso da sandália para deslocamentos na rua e tênis dentro do local fechado. Pedi para que ela treinasse em casa o caminhar de pés descalços para melhorar a qualidade de força da musculatura intrínseca do pé. 

Resumindo: em 4 semanas a paciente retornou a caminhar normalmente, sem dor, com uma leve alteração sensorial no 2º metatarso decorrente da cirurgia, força recuperada e movimentação normal dos dedos.

 

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