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As corridas de longa distância, praticadas em vias públicas, vem crescendo e atraindo adeptos em todo o mundo. Os corredores, profissionais ou amadores, treinam diariamente, sob supervisão de um técnico, participam de competições em busca de superação, recordes e melhoria da qualidade de vida.

As distâncias percorridas, assim como as diferenças de superfície e as características da prova, exigem do atleta técnica e estratégias específicas. A biomecânica da corrida de longa distância difere da mecânica das demais provas de corrida. É importante ressaltar o aumento da participação feminina neste tipo de modalidade, que a mulher atleta não pode ser avaliada e nem treinanda da mesma forma que o homem. Além das alterações hormonais fisiológicas envolvidas no ciclo menstrual, os técnicos e preparadores físicos devem estar cientes de eventuais distúrbios clínicos que podem ocorrer, como a incontinência urinária e os distúrbios alimentares.

Por se tratar de um exercício de impacto, a corrida de longa distância pode aumentar o risco de incontinência urinária por esforço, em que ocorrem escapes de urina após algum esforço. A perda urinária é uma queixa frequente entre as corredoras, mas existem maneiras de driblar esse problema. Uma grande proporção destas atletas relata que a perda de urina é muito embaraçosa e que afeta a concentração e performance.

São várias as teorias que justificam essa perda urinária nas atletas.  Uma delas afirma que, embora os atletas tenham os músculos do assoalho pélvico fortes, a atividade física árdua levaria ao aumento da pressão abdominal, predispondo a incontinência. Outros autores acreditam que estes atletas têm sobrecarga, estiramento e enfraquecimento do assoalho pélvico.

O gesto esportivo de alto impacto e alta intensidade, como a corrida, aumenta abruptamente a pressão intra-abdominal, levando a contração excêntrica dos músculos do assoalho pélvico (sentido descendente) o que pode gerar uma sobrecarga e/ou estiramento da musculatura, gerando os sintomas da perda de urina durante o exercício. Esse aumento abrupto da pressão intra-abdominal geralmente está relacionado aos exercícios físicos que fazem com que os dois pés fiquem fora do chão, como em saltos ou corrida.

Também existem mulheres que  possuem uma “continência limiar” que equivale ao tempo e quantidade de esforços repetitivos que os músculos do assoalho pélvico podem suportar durante o impacto. Caso esse limiar seja ultrapassado, essa musculatura poderia entrar em fadiga, não permitindo que ela exerça sua função corretamente, o que, então, levaria à incontinência urinária. Mas não está relacionada somente ao impacto, mas também com a intensidade do exercício.

O ideal é que essas atletas amadoras e profissionais,  deveriam iniciar um tratamento e treinamento específico para a musculatura do assoalho pélvico com profissionais especializados, como fisioterapia pélvica para aumentar a força muscular e a consciência dessa musculatura. 

 

Referências Bibliográficas 

https://www.scielo.br/j/ramb/a/HcKtrc35wFf8vKcSvc59Mdg/?lang=pt

https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26891/1/FatoresPreditoresAssociados.pdf

 

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Ana Escher

Ana Escher

Fisioterapeuta formada pela Universidade Estácio - Fortaleza/CE (2012) e especialista em Acupuntura Chinesa pela IBRAMPA - Porto Alegre/RS
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