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Você sabe o que é e como tratar a dor na parte de frente do joelho?

Também chamada de Dor Patelofemoral (DPF), a dor na parte da frente do joelho é caracterizada por dor ao redor ou atrás da patela (osso redondo que temos na frente do joelho), reproduzida em atividades que aumentem as cargas compressivas nessa articulação (subir escadas, ao agachar etc.). É muito comum em adultos e jovens, praticantes ou não de atividades esportivas. Existe uma prevalência anual de 27,7% na população em geral, ocorrendo mais em mulheres (29,2%) do que em homens (15,5%).

Um sinal muito característico dessa dor, que chamamos de sinal do cinema, é quando há a presença de dor na região citada acima, enquanto se está sentado por um tempo prolongado.

Para o surgimento de lesões, existem diversos fatores que interagem entre si, formando o que chamamos de uma rede de determinantes, que colaboram para o aparecimento das queixas. Mas o que isso quer dizer? Que a ocorrência da dor patelofemoral não é linear, ou seja, fatores sociais, psicológicos, biológicos, biomecânicos interagem entre si para desenvolver um perfil de risco ou a lesão em si.

Porém, a literatura nos mostra alguns fatores de risco já descritos para o desenvolvimento da dor patelofemoral em uma população de adolescentes, por exemplo, sendo eles a fraqueza da musculatura do quadríceps (região anterior da coxa) e a força de abdutores de quadril (musculaturas do quadril).

Além disso, também já foi observada uma relação entre a amplitude de movimento da articulação do tornozelo com articulações mais proximais (joelho e quadril). Um tornozelo bloqueado, interfere nessas articulações ascendentes, diminuindo a flexão do joelho e aumentando a flexão de quadril, o que gera uma maior associação com o risco de lesão. Por isso, a importância de uma boa avaliação!

Já em relação ao tratamento da DPF, as evidências apontam para:

• Exercícios como a linha principal do tratamento (envolvendo, não só o fortalecimento musculaturas do joelho e quadril, mas buscando um equilíbrio)

• Órteses de pé (palmilhas) para pacientes que tenham uma pronação excessiva do pé e dor patelofemoral!

• Educação do paciente (quanto ao processo, dor e auto manejo);

O pilar de tratamento para a dor patelofemoral, envolve o FORTALECIMENTO, a EDUCAÇÃO e MANEJO DE CARGA.

É um processo contínuo que tem início no primeiro contato com o paciente. Onde é preciso gerenciar expectativas do paciente, gerenciar carga, peso e atentar para a importância da adesão a terapia com exercícios.

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Alexandre Ortiz

Alexandre Ortiz

Sócio-diretor do Instituto Fortius. Professor de Educação Física graduado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Especialista em Fisiologia do Exercício e Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EsEF-UFRGS).
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