Paciente: C.R.,homem, 79 anos.
Procedimento realizado: Prostatectomia radical por cirurgia robótica.
Objetivo do encaminhamento: Reabilitação funcional do assoalho pélvico após retirada da sonda vesical, com foco na recuperação do controle urinário e à cicatrização tecidual.
Sessão 1 – Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico
A primeira sessão foi dedicada à avaliação global e funcional do paciente. Durante a anamnese e os testes clínicos, o paciente relatou:
- Noctúria (necessidade de urinar 1 a 2 vezes durante a noite).
- Episódios de perda urinária diurna , principalmente ao realizar pequenos esforços.
- Presença ocasional de sangue residual na urina ao final da micção.
- Urgência urinária.
- Uso diário de protetor íntimo.
- Preocupação com a recuperação e possível impacto na qualidade de vida.
A avaliação incluiu testes de força e coordenação da musculatura do assoalho pélvico, análise da mobilidade pélvica e abdominal, observação da cicatrização cirúrgica e padrões respiratórios.
Sessões 2 a 5 – Intervenções Fisioterapêuticas
O tratamento avançado um protocolo personalizado com abordagens combinadas:
🔸 Eletroterapia funcional
Utilizada para auxiliar o recrutamento neuromuscular e melhorar a percepção e o controle da musculatura perineal.
🔸 Liberação da musculatura pélvica
Aplicação de técnicas manuais em região perineal, abdome inferior, quadril e glúteos, com o objetivo de reduzir o esforço miofascial e facilitar a ativação muscular.
🔸Treinamento do assoalho pélvico
Série de exercícios progressivos voltados para força, resistência e cooperação do treinamento pélvico, com integração à respiração e atividades funcionais.
🔸 Orientação de exercícios domiciliares
Foi elaborado um roteiro simples, com prática duas vezes ao dia , orientando sobre contrações conscientes, posturas e hábitos miccionais saudáveis.
🔸 Laserterapia de baixa intensidade
Aplicada em cicatrizes cirúrgicas , com o objetivo de acelerar o processo de cicatrização, reduzir inflamações locais e evitar fibroses.
Resultados obtidos após 5 sessões
Ao final do ciclo de cinco sessões, o paciente apresentou os seguintes progressos:
- Não teve mais perdas urinárias diurnas , mesmo durante atividades leves.
- Redução da noctúria , relatando noites com sono contínuo ou despertando apenas uma vez.
- Início da retirada do protetor íntimo , com confiança ao permanecer seco durante o dia.
- Melhor visibilidade da cicatrização dos tecidos , com aspecto mais saudável, menos sensibilidade e mobilidade tecidual preservada.
- Maior segurança corporal e autoconfiança no retorno gradual às atividades sociais.
Conclusão
A fisioterapia pélvica mostrou-se essencial para a recuperação funcional urinária no pós-operatório de prostatectomia robótica. A associação entre eletroterapia, liberação miofascial, treinamento muscular, laserterapia e exercícios domiciliares permitiu uma resposta clínica eficaz em um período curto, prevenindo complicações e melhorando a qualidade de vida do paciente.