Descrição do caso
É uma doença inflamatória que ocorre quando o endométrio, camada que reveste o interior do útero, está presente fora da cavidade uterina e penetra profundamente nos órgãos da região, lesionando-os.
Trata-se de uma doença grave, já que na endometriose profunda o tecido endometrial atinge uma área maior do órgão, sendo ainda mais espesso do que na endometriose comum, provocando dores intensas, fluxo sanguíneo exagerado e infertilidade.
Histórico da Paciente:
Paciente, sexo feminino, 37 anos, apresenta histórico de dor pélvica crônica, dispareunia (dor durante o sexo) e dor ao evacuar há cerca de 3 anos . Ela foi diagnosticada com endometriose profunda , foram realizadas duas cirurgias para retirar diversos focos de várias regiões como ureter direito, paramétrio direito, septo retrovaginal, bexiga, intestino, ureter esquerdo, vagina, parede lateral pélvica esquerda, ovário , ligamento redondo e tuba uterina esquerda. A última cirurgia foi realizada em outubro de 2022. Após a cirurgia observa-se muita aderência em todo o tecido, principalmente intestino , que causa um grande desconforto intestinal constante.
A paciente está emocionalmente angustiada devido à persistência dos sintomas e à diminuição de sua qualidade de vida.
Avaliação Inicial:
- Exame físico realizado por um fisioterapeuta especializado em saúde pélvica.
- Avaliação da postura e do movimento pélvico.
- Palpação dos músculos do assoalho pélvico para identificar pontos de tensão e dor.
- Entrevista detalhada sobre seus sintomas, incluindo frequência, intensidade e
fatores desencadeantes. - Avaliação da função intestinal, incluindo constipação e dor ao evacuar.
Diagnóstico da Fisioterapia Pélvica:
- Dor pélvica crônica associada à endometriose profunda.
- Disfunção do assoalho pélvico, incluindo pontos de tensão muscular.
- Dispareunia devido à tensão e dor nos músculos do assoalho pélvico.
- Disfunção intestinal relacionada à endometriose, contribuindo para a dor ao evacuar.
Plano de Tratamento:
- Sessões de fisioterapia pélvica para trabalhar na liberação miofascial dos músculos do assoalho pélvico, incluindo alongamento e relaxamento.
- Treinamento em exercícios de fortalecimento e coordenação muscular para melhorar a função do assoalho pélvico.
- Técnicas de relaxamento e controle da dor.
- Tratamento comportamental.
- Tratamento das cicatrizes e aderências.
- Laserterapia, LED e eletroterapia.
- Acupuntura Chinesa.
- Sugestão de procurar o médico adequado para o uso de medicações para dor crônica, para melhorar a qualidade de vida.
Acompanhamento e Resultados:
- Após várias semanas de fisioterapia pélvica, a paciente relata uma redução significativa da dor pélvica.
- Sua dispareunia melhora gradualmente, e ela pode retomar uma vida sexual mais satisfatória.
- A função intestinal também se estabiliza, mas ela relata desconforto ao evacuar ainda.
- Ainda está fazendo adaptação da medicação para dor crônica.
- Faz uso constante de bolsas de água quente , que ajudam a aliviar os sintomas.
Discussão:
- A fisioterapia pélvica desempenhou um papel importante na melhoria dos sintomas.
- A abordagem multidisciplinar, incluindo colaboração com sua ginecologista,psiquiatra e gastrologista foi fundamental para o sucesso do tratamento.
- Paciente continua a receber tratamento de manutenção e acompanhamento regular para monitorar seus sintomas e otimizar sua qualidade de vida, pois a endometriose é uma doença crônica que tem que ser acompanhada constantemente, pois as aderências causadas pelos focos de endometriose causam muitas dores.