Como a Avaliação Individualizada Mudou a História de Dor Crônica no Joelho de um Atleta

Recebemos recentemente na clínica um atleta amador de corridas de tiro, do sexo masculino, com 38 anos. Ele relatava dores crônicas na região medial do joelho esquerdo desde a adolescência. Há cerca de 7 anos, foi diagnosticado com descolamento de patela pelo médico. Desde então, tentou praticar diversas modalidades esportivas, mas as dores e o inchaço no joelho persistiam, especialmente em atividades com desaceleração, como o tênis.

Nos últimos meses, ao retomar os treinos de corrida e tiros com o personal, as dores voltaram a incomodar, principalmente após movimentos mais intensos ou aumentos no volume de treino. Foi a partir desse momento que ele nos procurou para uma avaliação.

Avaliação Funcional e Padrão Postural

Durante a inspeção postural e funcional, identificamos:

  • Padrão escoliótico com ombro direito mais baixo;
  • Dismetria entre os membros inferiores, com a perna direita sendo 4 mm mais curta;
  • Assimetria de volume muscular, com a coxa esquerda menos desenvolvida;
  • Fraqueza e instabilidade na musculatura do quadril, especialmente em respostas de contração rápida do quadríceps;
  • Inibição muscular do reto femoral e glúteo máximo esquerdo;
  • Tensão acentuada no tensor da patela (fundo de saco) e no vasto lateral da coxa esquerda.

Esse conjunto de achados nos mostrou claramente que a dor no joelho não era um problema isolado, mas sim consequência de alterações em cadeia — algo que só é possível detectar com uma avaliação detalhada e individualizada.

Intervenções e Resultados

Na primeira sessão, utilizamos técnicas como:

  • Agulhamento seco (Dry Needling) na região supra-patelar;
  • Liberação miofascial profunda (LMF) no fundo de saco;
  • Alongamentos específicos para a porção anterior da coxa.

O paciente relatou alívio significativo logo após a sessão. Na reavaliação, apresentava apenas leve tensão na região supra-patelar — uma melhora considerável em relação ao quadro inicial.

Na segunda sessão, aplicamos:

  • Eletrólise Percutânea Intratissular (E.P.I.) na região supra-patelar;
  • Nova liberação miofascial profunda;
  • Introdução de exercícios de desaceleração com orientação sobre iniciar a frenagem mais cedo durante o esporte.

A resposta foi surpreendente: o paciente relatou melhora de 90% e apenas um leve receio ao desacelerar com a perna esquerda. Por isso, demos continuidade ao plano, agora integrado com o treinador, para corrigir o padrão de movimento.

Após três semanas de trabalho conjunto, o paciente não relatava mais dor ou desconforto, mesmo com a retomada dos treinos.


Conclusão

Este caso mostra como a abordagem tradicional — baseada apenas em sintomas — muitas vezes falha em tratar a raiz do problema. A chave para a melhora de quadros crônicos está na avaliação completa e no tratamento individualizado, respeitando as necessidades e limitações de cada paciente.

Mais do que aliviar a dor, buscamos restaurar a função e prevenir novas lesões. E, para isso, não há atalhos: é necessário avaliar, entender e agir com precisão.

Se você também convive com dores antigas que parecem não ter solução, talvez o que esteja faltando seja justamente um olhar mais individualizado.

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Profissional Responsável

Fisioterapeuta

Thiago Alfama

CREFITO5 152.866F

Fisioterapeuta graduado pela pela Universidade La Salle de Canoas/RS desde 2010. Apaixonado pela área que estuda e atua na reabilitação do movimento humano e pelo conhecimento que isso me proporcionou para poder ajudar pessoas a maximizar e explorar seu potencial físico. Atua como professor pelo Instituto Fortius e também como…